segunda-feira, 26 de outubro de 2015

UMA VIDA, NÃO DUAS

Só temos uma vida, mas muitos de nós queremos viver várias vidas ao mesmo tempo. Só há uma vida verdadeira, não muitas, nem mesmo duas. Pela força da propaganda, tendemos a querer viver as vidas dos outros. Em busca de aceitação, evitamos parecer o que realmente somos. Na procura dos aplausos, vendemos uma vida que não temos. Nas redes sociais, sejam elas presenciais ou virtuais, podemos nos portar ou postar fotos e textos em que nos parecemos com aquilo que as pessoas acham que somos. Se não precisamos expor a todos o nosso eu profundo, também não temos que expor a alguns nosso falso eu. Se as pessoas gostarem do nosso eu falso, não gostarão realmente de nós. Se as pessoas não gostarem do nosso eu verdadeiro, não gostarão de fato de nós. 

Deve-nos interessar a vida real, aquela fora dos holofotes, com passos ensaiados. Para que serve uma autoestima cheia de silicone? Quanto dura um sorriso forjado no pó da maquiagem pesada? Qual é o efeito de um discurso tecido com palavras tiradas de perfis de terceiros?

É o nosso jardim, mesmo com seu verde esmaecido, que nos dá alento, não o do vizinho, talvez feito de material sintético. É a nossa foto, não aquela alterada ou retocada, para limpar manchas e rugas, que deve aparecer em nosso curriculum vitae. Para que ter vergonha da cicatriz em nosso rosto, se ela surgiu numa luta em que vencemos um adversário difícil para defender uma pessoa inocente ou para pugnar por uma causa digna?

Felizes somos se entre a cicatriz e a vergonha, preferimos a ferida, colhida num ato de bravura. Não devemos cobiçar o sorriso do colega de trabalho, porque não sabemos o quanto ele lhe custa e não sabemos se o seu insumo é duradouro ou de plástico.
Quem importa é o que somos.

Se podemos ser melhores, é nisto que devemos manter o nosso foco.


Israel Belo de Azevedo
Denilton Silveira de Oliveira


Professor Formador - IFESP - Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy
Professor do ProInfo e Especialista em Gestão de TI e Telemática Aplicada a Educação

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Grandes desafios.

      2013,  um ano que começou com um grande desafio, com muitas dúvidas, medos e  insegurança.         Aos poucos as peças foram se encaixando, os desafios formam se modificando e logo se transformaram em novos, as dúvidas deram lugar a outros questionamentos e a certeza de que muito ainda tenho a aprender.

 
Os medos levaram um enorme susto e saíram correndo. Claro que os desavisados continuaram chegando, mas logo identificaram que não tinham espaço por aqui. E a insegurança? Ah! Essa ficou tão triste ao descobrir que o seguro morreu de velho!

E assim como no começo, o ciclo se renova... Muitos desafios foram vencidos, algumas dúvidas foram esclarecidas, os medos alimentaram a coragem e me fez seguir em frente. Os tombos? Foram muitos, uns insignificantes, outros causaram enormes cicatrizes, mas nenhum foi suficiente para me deixar no chão.
         Pedras no caminho? De todos os tamanhos e formas, mas tinha também coloridas, brilhantes, vivas. Juntei as melhores, as mais belas, as mais fortes e ladrilhei o meu caminho.
         Se pensei em desistir? Sim, por diversas vezes, mas nunca tive convicção. Não tenho esse direito! Desistir significa negar os meus princípios, a minha luta, a minha esperança.
         O que me mantém em pé? A fé em Deus, o apoio incondicional da minha família e dos amigos de verdade e a certeza da vitória justa dos que lutam com honestidade, trabalho, dedicação, e perseverança.

       
Sim!  Eu sou Potiguar, Nordestina, Brasileira, acredito na vitória e não desisto nunca!

                                                   Sírlia Lira




quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Grão


E essa dura rocha
que hora se apresenta
intransponível?

E essas migalhas de areia
que teimam em escapar?

E essa água que corre solta
na direção do mar?

É a raiz que brota forte
rompendo aridez da terra
Sustentando o verde que há.


Café com leite e lágrimas.


O dia frio convidava a ficar mais tempo na cama, mas o compromisso diário insistia em leva-la. Foi assim mesmo, sem vontade, sem expectativas, sem brincos, sem cor... Os pingos fortes da chuva misturavam-se ás lágrimas que rolavam quase imperceptíveis.Durante o percurso, chegaram a incomodar o vizinho do lado que olhava disfarçadamente tentando decifra o indecifrável. Uma pergunta surgia insistentemente: o que motivou aquelas lágrima?Tudo parecia tão bem! tinha casa, comida e roupa lavada na máquina! o que mais haveria de querer? Lembrou-se dos sonhos que sonhara, do amor que desejara , da vida que queria ter. Sentia-se sozinha tentando chegar a lugar nenhum. Por onde andavam aquelas tantas histórias que sempre terminavam com "E foram felizes para sempre?" Agora, não mais. O que via todos os dias estampado nos jornais era a dura e fria realidade. Era essa realidade que tinha que enfrentar dias após dias. Enxugou o rosto, apreciou a paisagem, desceu ainda na chuva que caia torrencialmente, mesmo molhada, colocou um sorriso no rosto e deu bom dia a todos! Na saída pode ver um carro preto parado em frente a Igreja e na calçada quente do meio dia, um homem ajoelhado na porta da Igreja. Então pensou quão feliz era, quantas conquistas ... voltou para casa feliz da vida.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O tempo não existe!!!!

O tempo é inventado
O tempo não existe, não é
Criamos meios para poder detectá-lo
Mas não podemos entendê-lo
O tempo não passa
Pois ele nunca chega a lugar algum
O tempo não estaciona
Pois ele não se movimenta
O tempo é atemporal
Achamos que ele é uma...
Medida arbitrária da duração das coisas.
As coisas não duram algum tempo
Porque quando elas acabam
O tempo ainda continua o mesmo!
O tempo está fora do espaço
O tempo não cabe no período que somos
Ele não é tão limitado assim
Como podemos saber sobre o tempo?
Se este é indivisível...
Embora possamos relativamente
Registrá-lo em datas, épocas, séculos...
Ele não é restrito a nada disso.
O Tempo não existe, ele não é...
O Tempo é absorvido na Eternidade
Ele não faz parte, mas está nela
Ele não existe fora dela
E não pode ser concebido

Antes desta!!!

Luciano Costa

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Entre poderes e metamorfoses... a vida passa...

Vez por outra encontro textos belíssimos que nos levam a uma boa viagem ao nosso intimo e às nossa inquietações. Pois bem, hoje me  deparei com o encantamento do texto: "Entre poderes e Metamorfoses....a vida passa.." , da amiga Regina Lúcia,e  o trouxe para compartilhar com vocês.

Quando Deus estava construindo o local, hoje Natal/RN, certamente planejou... “aqui irão morar privilegiados cercados por rio, dunas e mar. Será terra de gente simples que gostará de pitomba, siriguela, cajá, caju, mangaba e coentro. Ribeirinhos que se alimentarão de crustáceos e moluscos ao ponto de receberem o nome de potiguares (comedores de camarão). Gente comunicativa que gostará de uma boa prosa na calçada. Gente amiga suficiente para oferecer um gostoso café com tapioca. Gente acolhedora que não negará a qualquer viajante um cantinho no seu lar. Seus dias serão aquecidos por um sol maravilhoso e durante as noites adotarão o hábito de levar um ventinho(brisa). Terão direito a uma linda visão panorâmica e parte de uma mata que se chamará atlântica. Num futuro longínquo o local será transformado em cidade no dia do aniversário do meu filho, que oficialmente será 25/12. Os da terra deverão amar esse lugar e preservá-lo de todos os males e assim serão pessoas simples e felizes para sempre”. O tempo foi passando... Deus satisfeito.... os nativos tomando banhos no grande rio, comendo peixes e crustáceos a base de colorau. Uma delícia. Chegaram as jangadas que, graças aos ventos alísios, aqui permaneceram e deram aos ribeirinhos o direito de ir e vir por águas nunca dantes navegadas. Ampliavam-se as oportunidades. Das águas salgadas vieram indiscriminadamente manjubinha, cioba, peixe espada, tainha, cavala, serra, guaiuba e muitos outros. Para a população local, ser potiguar foi por muito tempo se bronzear, comer peixe e camarão, ser acolhedor e feliz. Até reformarem as barracas de Ponta Negra (marco divisório entre nativos e turistas). Aí a Cidade do Sol já crescia sem nem lembrar que Palumbo passou por aqui. Os visitantes ajudam a propagar o sabor do camarão, o banho de mar, a da barraca de D. Maria. A cidade caiu na boca do mundo. De tão acolhedora abriu espaços para os chiques que descobrem o paraíso, mas não suportam a ideia de dormir de rede e comer colorau (programa de índio; é verdade!). Bom, juntaram os daqui com os de lá não sei onde e, os costumes foram mudando cada vez mais. Agora a pequena e velha Nova Amsterdã ganha novos costumes. A diversidade é unilateralmente respeitada; manda quem chega (U$). Conversar nas calçadas nem pensar; agora só por celular/internet. A visão panorâmica foi substituída por paredões. Pitomba e siriguela sumiram. Cajá, caju e mangaba só em polpa. Coentro disputas espaço com a salsa. Água de coco agora só com código de barra. Tapioca só nas padarias de conveniências e se for recheada de catupiry, leite condensado, chocolate ou qualquer outro sabor da moda. D. Maria? Sumiu! Foi substituída por garçons (quase) poliglotas que servem camarão com ervas finas em restaurantes especializados, cobrados no valor do dólar e ninguém mais fala em colorau. Tá doido? O que é isso? Foi-se o tempo da manjubinha; o peixe agora é salmão (importado). O banho de rio foi substituído pelo de piscina. O de mar só nas áreas sinalizadas. O futuro que demorava meses e se resumia a organização da festa da padroeira, do carnaval, da semana santa, do Natal e da festa de Santos Reis, agora é projetado para anos de espera num plano sólido de transformar o local numa arena (na antiguidade, local de combates com o intuito de divertir o público). De forma abrupta e radical os atuais idealizadores entraram em campo e, Deus vendo o quanto seus privilegiados se tornaram imensuravelmente pacíficos diante de tantos interesses antagônicos, numa decisão típica de quem está zangado, esquentou o sol, deu fim a brisa e arroxou um calorão. Não vendo nenhuma reação, agora ameaça a possibilidade de tsunami. Faz isso não Deus! Perdoa essa gente, agora concupiscente, e permuta logo esse paraíso por cédulas (verdinhas), o que se deseja agora é carro importado, férias no exterior, cama king, ipod, ipad, smartfone, tablet, celular e até a oportunidade de assistir uma , ou duas, partidas de futebol . Coisas bem efêmeras; afinal... a vida passa mesmo... Reginalus (dez/11)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Os "gestores Kodak" e a educação

 Por Thiago Baptistella Cabral

Em janeiro deste ano, a empresa Eastman Kodak Company - aquela mesmo, a "Kodak" das máquinas fotográficas - anunciou o pedido de concordata. Antigamente, fotografia era coisa para poucos. As fotos eram produzidas através de complicados processos com a utilização de chapas de vidro, realizado apenas por especialistas. Foi então em meados de 1880 que o estadunidense George Eastman inventou a fotografia baseada no uso de filmes, e criou a empresa Kodak. Com o genial slogan "você aperta o botão, nós fazemos o resto", a nova tecnologia aos poucos começou a se popularizar, até se tornar a maior empresa de fotografia do mundo. Sabe aquelas fotografias do homem pisando na lua? Pois é, foram tiradas com máquinas da Kodak, do tamanho de caixas de sapato, no ano de 1969. Seis anos depois, Steven Sasson, um engenheiro elétrico da empresa, criou a primeira máquina digital. Na época, a Kodak detinha 90% das vendas de filmes fotográficos e 85% das vendas de câmeras dosEstados Unidos. Para proteger o lucrativo negócio dos filmes, os gestores da empresa resolveram não levar adiante o projeto da máquina digital e, bem, o restante da história todos nós conhecemos. 

Sobre o fracasso da Kodac, muito se especulou sobre a falta de inovação (desafio o leitor a encontrar uma única matéria que diga o contrário!), uma vez que a empresa decidiu apostar exclusivamente nos filmes fotográficos, deixando espaço aberto para outras companhias explorarem o novo mercado criado pelas câmeras digitais. Teria mesmo faltado inovação à Kodak? Voltarei a este ponto, mas antes vamos ver o que a educação tem a ver com tudo isso.

Enfrentamos problemas na qualidade da educação de base, mas na educação superior o problema não é diferente. Graduei-me em Ciências Biológicas por uma universidade pública de São Paulo, um dos melhores cursos do Brasil segundo o "Guia do Estudante" e, mesmo assim, posso dizer que aprendi mais sobre educação, ciências e biologia nestes três últimos anos, depois de graduado, doque nos cinco anos dentro da universidade. Infelizmente, não pareço ser exceção. Em conversas com colegas da minha e de outras universidades, de São Paulo ao Rio Grande do Norte, constatei que isso é muito comum. São muito poucos os professores e as disciplinas que acrescentam algo de fundamental em nossa formação. Acredito que aprenderia mais, e em menos tempo, se estivesse em um grupo de colegas com interesses em comum, acesso à biblioteca e à internet, e ajuda de professores para montar um roteiro de estudos. No mínimo, meu percurso teria sido menos enfadonho. Talvez, em um sistema de aprendizado neste formato eu deixasse de obter um diploma, algo importante para a inserção no mercado de trabalho - embora algumas empresas americanas estejam atualmente realizando contratações baseadas mais em informações disponíveis em mídias virtuais dos candidatos, como blogs ou conta no Twitter, do que no currículo dos mesmos. Esta é uma consequência da falência da díade diploma-conhecimento, ou como disse Augusto de Franco, "O diploma é o reconhecimento do conhecimento ensinado, não necessariamente aprendido".

Voltando à pergunta em aberto do final do segundo parágrafo, acredito que a Kodak não faliu devido à falta de inovação, como muitos sustentam (afinal, a própria empresa foi responsável pela criação da máquina fotográfica digital), e sim devido ao que foi feito da criatividade e inovação que ali surgiram. Paralelos podem ser traçados com a educação. Apesar de contarmos com um sistema educacional obsoleto, existem exceções, que correspondem a equipes pedagógicas dedicadas a defender projetos educacionais inovadores (as nossas "máquinas fotográficas digitais"). Em muitos casos, estas equipes contam com apoio significativo por parte dos pais dos alunos da escola, e enfrentam uma série de dificuldades na tentativa de sobreviver em meio à burocracia dos modelos educacionais existentes. Para focar somente em exemplos potiguares, são referências de projetos educacionais inovadoras o Centro de Educação Integrada de Maracajaú,a Escola Estadual Hegésippo Reis e o projeto "Rede Potiguar de Escolas Leitoras". Este último, talvez um dos mais ousados e importantes projetos educacionais do Rio Grande do Norte desde o "De pés no chão também se aprende a ler", da época em que Djalma Maranhão era o prefeito de Natal e Moacyr de Góes o secretário de educação. Um projeto deste nível, com potencial para ser considerado referência internacional na formação de leitores (apenas "gestores Kodak" não saberiam o que fazer com um projeto desses nas mãos!), enfrenta problemas inadmissíveis, como ausência de professores nas salas de leitura e bibliotecas, realocação de professores readaptados nas salas de leitura e riscos de descontinuidade. Tais dificuldades poderiam ser facilmente evitadas. Como vimos, alguns profissionais da educação criam, inovam, e trilham novos caminhos para a educação. Se fossem estimulados, poderiam ser muitos mais. 


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Em que consiste a criação?


“Nada é original. Roube de qualquer lugar que faça ressoar a sua inspiração ou que alimente sua imaginação. Devore filmes velhos ou novos, música, livros, pinturas, fotografias, poemas, sonhos, conversas aleatórias, obras de arquitetura, pontes, sinais das ruas, árvores, nuvens, corpos de água, luz e sombras. Escolha para roubar apenas as coisas que lhe falem diretamente à alma. Se você faz dessa forma, seu trabalho (e seus roubos) serão autênticos. A autenticidade é inestimável; a originalidade é inexistente. E não se incomode em ocultar seus furtos – celebre-os se tiver vontade. Em todo caso, lembre sempre o que disse Jean-Luc Godard: ‘Não se trata de onde você pega as coisas, mas para onde as leva’.”
Posted on  by Boca do Mangue

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O POVO É QUEM DETERMINARÁ.