terça-feira, 6 de julho de 2010

Essa tal felicidade





Final do segundo expediente, vindo para um terceiro momento de trabalho do dia.  O sol já repousava sob as luzes da cidade.
No meio da multidão, chamou-me a atenção o sorriso displicente daquela mulher. Sorria para o nada, pra ninguém, de ninguém. Apenas Sorria e nada mais. Parecia feliz aquela mulher, completamente alienada ao mundo em sua volta. Não se importava com o olhar dos infelizes, não podia ver o sofrimento permanente e constante daquela gente, não podia sentir a inquietude dos que desejam sem sucesso, mudar o mundo. O dia de amanhã seria igualmente feliz para aquela mulher. Ela não esperava nada, não esperava ninguém, não se importava com o que estava por vir. Só a instantaniedade do momento presente importava. Não tinha raiva, rancor, medo, saudades... Não tinha esperanças aquela mulher. Estava feliz, estava viva, estava ali, sorrindo, sorrindo para tudo e para todos a sua volta. Estava feliz e isso já bastava.