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O frio do ar condicionado confundia-se com a frieza involuntária das minhas mãos. Tudo ali parecia frio, o bege pálido das paredes lembrava os rostos que iam e vinham em várias direções.O branco dos jalecos anunciava o que estava por vir. O tempo parecia ter parado para assistir aquele momento, cada minuto durava longas horas de reflexão, muitas interrogações e poucas respostas. O que poderia acontecer? como seria? e depois? Ninguém poderia me dizer. Finalmente uma voz que me disse: " Pode ir, agora é a sua vez".
Segui sozinha, com todos os meus medos e insegurança, mas com uma única certeza, tudo ia ficar bem. Toda aquela vestimenta não foi capaz de minimizar os tremores imperceptíveis do meu corpo, embora que os batimentos cardíacos dissessem o contrário.Ouvi outra voz que me dizia com delicadeza: "Vou cuidar do seu soninho" Foi tudo que pude ouvir. Só depois de algumas horas é que novamente ecoou daquele silêncio profundo: "acabou". Passei a mão levemente para comprovar o fato. Já não mais estava ali, a borboleta azul, havia voado para sempre, deixando apenas as marcas dolorosas de sua saída e a ansiedade de uma resposta.
3 comentários:
nossa que lindo!!
É neste blog que encontra-se reservas de poesias em textos num tempos de prosa até em poesia. Gosto de passar por aqui.
Parabéns... Ficou ótimo!
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