domingo, 28 de março de 2010

O Jogo dos olhos





"Dentre as coisas mais importantes que urdem dentro de nós estão os encontros adiados – trate-se de lugares ou de pessoas, de quadros ou de livros. Existem cidades pelas quais anseio tanto, que é como se estivesse, desde o início, predestinado a passar nelas toda uma vida. Usando uma centena de subterfúgios, evito ir até elas, e cada nova oportunidade de uma visita que se me apresenta intensifica em mim de tal maneira a sua importância, que se poderia pensar que só por elas ainda estou neste mundo, que, se não fosse por elas sempre a me esperar, eu teria já de há muito perecido. Existem pessoas sobre as quais gosto que me falem, tanto e com tanta avidez que se poderia pensar que, afinal, sei mais delas que elas próprias. Contudo, evito ver-lhes um retrato, esquivo-me de qualquer imagem visual, como se pesasse uma pesada e justa interdição sobre o conhecer-lhes o rosto.
Há, também, pessoas que durante anos encontro ao passar por um mesmo caminho, sobre as quais reflito – pessoas que se me apresentam como enigmas que me são dados a desvendar – e às quais não dirijo palavra: passo mudo por elas, como elas por mim; olhamo-nos com um ar inquiridor, mantendo os lábios solidamente selados. Fico imaginando uma primeira conversa e excita-me a idéia de todas as coisas inesperadas que ela reserva para mim.
Por fim, existem pessoas que amo há anos, sem que elas possam suspeitar disso. Envelheço, torno-me cada vez mais velho, e deve certamente parecer uma ilusão absurda a idéia de que algum dia eu venha falar-lhes de meu amor, ainda que, na imaginação, viva continuamente da expectativa desse momento divino. Sem esses meticulosos preparativos para o futuro, eu não poderia existir: eles são para mim, se perscruto a mim mesmo com rigor, não menos importantes do que as surpresas repentinas que surgem como que do nada e nos subjugam de imediato." (Elias Canetti, O Jogo dos Olhos (História de uma vida/ 1931-1937) 

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Postado por tete bezerra no ameusamigos em 3/27/2010 02:08:00 AM

Os 10 piores lugares do Mundo

Qui, 25 Mar, 08h38
Por Redação Yahoo! Brasil

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O site listverse, que se propõe a reunir as listas mais interessantes dos mais diversos assuntos que você possa imaginar, elegeu os 10 piores lugares do mundo para serem visitados. E deu Brasil na cabeça!
Ilha de Queimada Grande, que fica a 35km de Itanhaém, litoral sul de São Paulo, foi apontada como o verdadeiro inferno na Terra. Ela só é paradisíaca numa foto tirada bem de longe. De perto, na verdade, seria bem difícil alguém tirar uma foto e continuar vivo para mostrá-la a alguém.
Por quê? Bom, porque ela possui a incrível média de nove cobras por metro quadrado - são cerca de quatro mil no total. E não são cobrinhas inofensivas, não. São todas do tipo Jararaca-Ilhoa (Bothrops insularis), com um veneno extramemente potente, capaz de matar uma pessoa em poucos instantes. Para se ter uma ideia de como esse lugar é perigoso, ninguém pode entrar na ilha sem autorização da Marinha. Veja bem: a entrada na ilha é proibida. Se você quiser visitá-la, você não é corajoso - é maluco mesmo.
A Ilha da Queimada Grande, tão próxima de São Paulo, deixou para trás lugares comoChernobyl (Ucrânia), cidade do maior desastre radioativo do mundo - uma explosão num reator da usina nuclear, gerando uma imensa nuvem radioativa que contaminou pessoas, animais e o meio ambiente de uma vasta extensão da Europa. O acidente de Chernobyl teve 100 vezes mais radiação do que as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki durante a II Guerra Mundial. Apesar de resíduos da radiação permanecerem no solo até hoje - e permanecerão por décadas --, algumas pessoas ainda moram por lá. Ao contrário da Ilha de Queimada Grande, que é inabitada.
O terceiro pior lugar do mundo fica no Azerbaijão, numa área tomada por centenas de pequenos vulcões de lama - sim, lama. Quando entram em atividade, voa lama para tudo quanto é lado. Você não vai querer ser atingido por uma bolota de lama caída do céu, vai?
Para o listverse, o quarto lugar mais perigoso é a estrada Yungas, que liga La Paz a Coroico, na Bolívia. Ela tem 56 quilômetros de extensão e faz qualquer estrada brasileira (até mesmo a Fernão Dias) parecer uma Autobahn alemã. A Yungas contorna a Cordilheira dos Andes, a mais de 3 mil metros de altitde. Ela é sinuosa, não possui asfalto e - acredite - não tem guard rail, mureta, nada. Se você erra uma curva, cai de uma altura de 600 metros. Ah, e tem uma neblina incessante também. Resultado: de 200 a 300 mortes são registradas por ano nessa estradinha do inferno.
O quinto lugar mais perigoso é ainda mais sinistro: a ilha de Ramree, em Burma, no sudeste asiático. Trata-se de um imenso pântano, infestado por mosquitos transmissores da malária e repleta de crocodilos gigantescos. Durante a II Guerra Mundial, a ilha foi palco de uma batalha por seis semanas. Os relatos de soldados japoneses são macabros. Dos cerca de mil designados para o local, só 20 sobreviveram - os demais foram trucidados pelos crocodilos. "Era a cacofonia do inferno o som dos gritos de soldados sendo mastigados pelos crocodilos", relatou um sobrevivente. Credo.
Para ver a lista completa (em inglês), clique aqui.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Rede Potiguar de Escolas Leitoras

Confiram este convite:

Maiores informações:

Prêmio Vivaleitura 2010

Lançada a quinta edição da premiação voltada para destacar ações de fomento à leitura

Os Ministérios da Cultura (MinC) e da Educação (MEC), a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e a Fundação Santillana lançaram a quinta edição do Prêmio Vivaleitura, durante cerimônia realizada na manhã desta segunda-feira, 22 de março, no Auditório do MinC, em Brasília.
A premiação - no valor de R$ 30 mil para os vencedores de cada categoria - irá contemplar ações que estimulem, fomentem e reconheçam experiências relacionadas à leitura. As inscrições estão abertas até 2 de julho e os trabalhos podem ser inscritos em três categorias: Bibliotecas (públicas, privadas ou comunitárias); Escolas (públicas ou privadas) e Sociedade Civil (empresas, ONGs, pessoas físicas, universidades e instituições sociais).
“Com o prêmio é possível pinçar experiências de excelência em leitura em todo o país”, disse Carlos Alberto Xavier, assessor especial do MEC. Em quatro edições foram 8,5 mil projetos inscritos - de todas as regiões - e, destes, 60 selecionados e 12 premiados.
“São experiências que mostram um grande painel de estímulo à leitura. É também um veículo de bons exemplos”, afirmou Mônica Messenberg, representante da Fundação Santillana no Brasil, na cerimônia de lançamento do prêmio.
O secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), José Castilho Marques Neto, ressaltou que hoje o país tem uma política pública para o setor, referendada pela sociedade civil, e que o prêmio “expressa a essência do PNLL”.
Ivana de Siqueira, diretora-regional da OEI, lembrou que o prêmio tem uma diversidade territorial e de tipo de trabalho, contemplando desde projetos que os livros são carregados em jegues até bibliotecas e, além disso, muitos dos projetos - mesmo os não premiados - são replicados pelo país.
O diretor do Livro, Leitura e Literatura, da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, Fabiano dos Santos Piúba, acrescentou que hoje 70% das ações do Programa Mais Cultura são voltadas para o livro e leitura.
Lembrou, ainda, que desde o início do governo Lula o orçamento para a área passou de R$ 6 milhões para mais de R$ 100 milhões. Também destacou a importância de o PNLL, criado por portaria interministerial, ser institucionalizado a partir de uma lei, cujo anteprojeto será encaminhado ao Congresso Nacional até o final de abril.
Os finalistas do Prêmio Vivaleitura 2010 - cinco para cada categoria - serão anunciados em outubro e a premiação está prevista para novembro. Informações sobre o prêmio podem ser obtidas, gratuitamente, pelo telefone 0800 7700987. Saiba mais e confira o regulamento no site www.premiovivaleitura.org.br.
(Texto: Neila Baldi, Ascom DLLL SAI/MinC)
(Fotos: Rodrigo Coimbra, Comunicação Social/MinC)


sábado, 13 de março de 2010

O amor acaba?

O cara disse. Numa esquina, num domingo, depois do teatro e do silêncio, na insônia, nas sorveterias, como se lhe faltasse energia. Ele não volta? Não deixa rastro ou renasce? Na esquina em que se beijaram uma vez, lá está, na sombra apagada pela luz, na poeira suspensa, na revolta da memória inconformada. Na solidão, lá vem ele, volta, com lamento, um quase desespero, e penso nos planos perdidos, que vida sem sentido… Na insônia, o amor cai como uma tonelada de lápide, e se eu tivesse feito diferente, e se eu tivesse sido paciente, e se eu tivesse insistido, suportado, indicado, transformado, reagido, escutado, abraçado? Na sorveteria, ele volta, o amor, em lembranças. Porque aquele sabor era o preferido dela, aquela cobertura era a preferida dela, aquela sorveteria era a preferida dela, aquela esquina, aquele bairro, aquele clima, aquela lua, aquele mês, aquela temperatura, aquela raça de cachorro, aquele programa de fim de tarde e aquele horário sem planos… No elevador, quantas saudades daqueles segundos em silêncio, presos na caixa blindada, vigiados por câmeras camufladas, loucos para se agarrarem, rirem, apertarem todos os botões, tirarem a roupa, escreverem ao lado do Atlasado: “Eu te amo”. Saudades é amor. Não se tem saudades do que não se amou. O amor não acaba, porque tenho saudades, me lembro dela, me preocupo com ela, torço por ela, e se sonho com ela, meu dia está feito. O amor não pode acabar, porque sem ela ou sem a esperança de revê-la, até a chance de tê-la de volta, não vejo a paz. Ela é uma trégua na minha guerra pessoal contra a minha paixão por ela. Amá-la me faz bem. Mesmo que ela não me ame, amo amá-la. Continuei amando desde o dia em que terminou. Passei meses amando como se não tivesse acabado. Ficaria anos amando mesmo se não tivesse voltado. O amor não acaba, muda. O amor não será, é. O amor está. Foi. Nas tantas músicas que ouvimos, que dançamos colados, trilhas das noites frias em que você sentava em mim nua, enquanto os meus braços imobilizavam os seus. Amor. O não-amor é o vazio. O antiamor também é amor. Eu te amava quando você respirava no meu ouvido. Lembra do meu dedo dentro de você? Amo-te, amo-te, amo-te. Instante secreto, sua boca incha, seus olhos apertam, suas unhas me arranham e você diz: Eu te amo! O amor acabou quando você se foi? Você sentiu saudades das minhas paredes, das cores das minhas camisas, da umidade da minha boca, do cheirinho do meu travesseiro, da minha torrada com mel, das noites pelados assistindo à tevê, dos vinhos entornados no lençol, do café da manhã com jornal, você sentiu falta de atravessar a avenida comigo de mãos dadas, de correr da chuva, de eu te indicar um livro, do cinema gelado em que vimos o filme sem fim, torcendo para acabar logo e ficarmos a sós, você sentiu falta da minha risada, inconveniência, de eu ser seu amante, noivo, amigo e marido, dos meus olhos te espiando, dos meus dentes mordendo e mastigando, ficou tanto tempo longe e pensou em nós especialmente bêbada ou louca, queria me ligar, me escrever, meu cheiro aparecia de repente, meu vulto estava sempre ali, acaba? Diz que acaba. Como acaba? Não acaba. Diz, não acaba. Repete. Falei? Não acaba. Pode virar amor não correspondido. Pode ser amor com ódio, paixão com amor. Tem o amor e o nada. Ah, mais uma coisa. Antes que eu me esqueça. O amor não acaba. Vira. Se acabar, não era amor.



Por Marcelo Rubens Paiva

quinta-feira, 4 de março de 2010

Quanto vale a vida Humana?


Se você é do tipo que acha natural as inúmeras notícias, reportagens e matérias sobre " A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER" vinculadas quase que diariamente na imprensa, então sugiro que pare de ler agora mesmo, ou melhor, continue lendo, quem sabe se ao final do texto, você se sensibiliza com a realidade de sofrimento de tantas mulheres e suas familias.
Ainda me causa estranheza, a quantidade de mulheres que são vítimas de violência domestica, vitimas de seus companheiros, namorados, parceiros, vítimas do amor. Sim, são vítimas da falta de amor, do amor próprio, do amor pela vida. São vítima da falta de educação, de conhecimento , de saúde pública de qualidade, da falta de políticas públicas eficazes no combate aos vários tipos de violência as quais são submetidas.
Vejo com indignação as notícias que mostram: Adolescente morta pelo ex namorado, mulher assassinada no salão de beleza pelo ex marido, mulher espancada pelo companheiro. MOTIVO: Não aceitam a separação!
Quanto vale a vida de uma mulher? de um ser humano? de uma família inteira? quem dá mais? Parece leilão, onde quem dá mais é que leva. É com se a mulher fosse propriedade, mercadoria, algo do gênero.
Os agressores, em sua maioria, fica impune. Em alguns casos, nem é denunciado. No dia seguinte, tudo volta à normalidade. Mas atenção! estudos mostram que o agressor sempre volta a agredir. Nesse ciclo de violência, sofre a família, a vítima e o próprio agressor que precisa também de assistência e tratamento a base da Lei Maria da Penha.

As mulheres são mais inteligentes

Depois de analisar 137 mil notas tiradas durante um semestre por 22 mil alunos de 30 cursos superiores de uma universidade privada carioca, o pesquisador José Abrantes, concluiu que as mulheres são mais inteligentes do que os homens. Na média, as notas delas foram 3% superiores às deles. Na análise, por disciplina, de 12 tipos de inteligência, elas mostraram melhores resultados em nove e eles em três. Os homens são mais hábeis usando as inteligências matemática-lógica, visoespacial e cinestésico-corporal. Já as mulheres na pictórica, ultrapessoal, interpessoal, naturalista, existencial, musical, social, linguística e emocional. Segundo Abrantes, os homens demonstraram maior compreensão matemática, mais capacidade para entender mapas e se localizar no espaço, além de se saírem melhor na inteligência corporal e nas atividades que necessitam de força. Já as mulheres apresentaram mais facilidade de se expressar pela escrita e pela fala, maior entendimento de questões filosóficas, habilidade para desenhar, para a música e para usar os conhecimentos no meio ambiente. Elas ainda levaram vantagem na inteligência emocional, no autoconhecimento, na capacidade de se relacionar com os outros e de equilibrar competição e qualidade de vida. Abrantes, que conduziu o levantamento no Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam), de Bonsucesso, subúrbio do Rio, também dá aulas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e se baseou principalmente na Teoria das Inteligências Múltiplas, do neurologista americano Howard Gardner. Ele questiona a tradicional visão da inteligência que enfatiza apenas as habilidades linguística e lógico-matemática. E define inteligência como a habilidade para resolver problemas. Para o neurologista americano, a inteligência também pode ser linguística, musical, lógico-matemática, espacial, cinestésica, interpessoal e intrapessoal.

As informações são do Jornal da Tarde.